quinta-feira, 6 de junho de 2013


No princípio, foi assim...

Fui alfabetizada pela minha mãe. Ela,  quando eu tinha uns 4 anos, utilizou a famosa "Caminho Suave". Entrei na pré-escola já conhecendo a escrita. Sei que entre ler e escrever, gosto um pouco mais da segunda atividade. "Já joguei" (e ainda "jogo") muita coisa fora - a exemplo do depoimento de Moacyr Scliar sobre a experiência de quem escreve. Sou crítica de mim mesma. Tenho ainda muitos textos produzidos por mim no tempo de universitária e aluna da escola regular. Quando vou organizar a parte do meu guarda-roupa em que se encontram tais papéis, releio alguns e aquilo tudo vai ressignificando. Ora fico satisfeita com tudo aquilo, ora fico insatisfeita. E assim é em outras ocasiões de leitura. O leitor tem dificuldade pra ser imparcial. Ele toma partido de uma ideia, de um personagem. E eu também procedo dessa forma. Portanto, ler e escrever para mim é (além do "meu ganha pão",  já que sou professora de Língua Portuguesa) uma boa parte da minha existência enquanto membro de uma sociedade. Se  para Descartes, pensar é existir, para professora de Português como eu, ler e escrever também é existir.


Professora Luciana Pereira Inácio

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